A Educação paga Impostos?

Num dos últimos "posts", sobre as Boas Maneiras à mesa Portuguesa, enquanto escrevia, surgiram-me alguns cenários que costumo ver sempre que vou a um restaurante. Olhar para a mesa do lado, nem sempre é um cenário agradável. Por vezes existem situações de fazer perder no apetite. Literalmente! Estará isto relacionado com o egoísmo? Parece que tal como as boas maneiras à mesa portuguesa, também a educação tem vindo a alcançar expoentes um pouco loucos. Sim, loucos. Será que as pessoas começaram a pagar algum tipo de imposto por serem educadas? Será que também começaram a pagar impostos por serem simpáticas e agradáveis com quem nada lhes deve? Deve haver por aí uma enorme contenção de custos relativamente a este tipo de situações.

Quando se está no trânsito e se dá passagem a alguém, espera-se um agradecimento por parte da pessoa que se deixou passar. Mas paga-se! Estamos na fila de supermercado com o carrinho de compras atolado, e apercebemo-nos de que atrás de nós está alguém com uma garrafa da água para pagar, gentilmente perguntamos à pessoa se quer passar, e para nosso espanto, nem agradece. Isto já não se usa? Ser-se educado ao ponto de não se ser egoísta? E quando acontece o contrário, temos de ficar com a garrafa de água numa fila imensa à espera que chegue a nossa vez. Isto paga-se?! Vamos a sair do multibanco e vem alguém a entrar, seguramos a porta para a pessoa entrar e ainda nos dá com a porta na cara?! Isto também se paga?! Vamos beber um café pela manhã e quando entramos no café dizemos bom dia. Mas está tudo surdo? Olhamos à nossa volta e vimos uma série de pessoas a olharem para nós como se tivessemos entrado para fazer uma sessão fotográfica. Quando é que vão revelar as fotografias?! Também não respondem! E isto tambem se paga?! Vamos ao supermercado e à distância, avistamos alguém que já não víamos há algum tempo. Apercebemo-nos que a pessoa se escondeu dentro das arcas do frio e nós é que congelamos. Também se paga?!

Isto tudo para dizer que existe uma arma poderosa para mudar o mundo que se chama educação. No entanto, apesar de todos a receberem, poucos são os que a põem em prática.